Como surgiu Café com Leite Crente?

Café com Leite Crente surgiu dos sonhos de Adriana Chalela (A Razão da Esperança), Regina Farias (Bora Ler) e João Carlos (Pastor João e a Igreja Invisível). Três amigos virtuais e irmãos em Cristo, separados por milhares de quilômetros mas que compartilham da mesma visão do Reino de Deus, Reino este que começa aqui na Terra e continuará por toda a Eternidade. Devido às nossas afinidades, decidimos unir nossos esforços para mostrar que é possível sermos 100% cristãos, mas com os pés 100% no chão, vivendo uma espiritualidade madura e responsável sem perder o amor pela vida que fomos graciosamente presenteados por nosso amoroso Pai.

Só que a família cresceu! Pelo Caminho conhecemos mais três irmãos maravilhosos, com a mesma visão do Reino: René Burkhardt (Nem de Paulo nem de Apolo: de Cristo!), Cláudio Nunes Horácio (Susto de Amor) e o "atrasildo" do Wendel Bernardes (Cinema Com Graça), que agora fazem parte desta gangue...


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Correr atrás do vento





"Então, vi que TODO trabalho e TODA destreza em obras
provêm da INVEJA do homem CONTRA O SEU PRÓXIMO.
Também isto é vaidade e correr atrás do vento".

Este versículo acima (caps meus) faz parte do capítulo quatro do livro de Eclesiastes, onde o sábio, por meio de suas próprias experiências (Então, vi...) enfoca o valor do trabalho em equipe, da cooperação, do companheirismo, da amizade, da comunhão com os outros.

Ressaltando que o objetivo egoísta de 'se dar bem', ter fama, popularidade e trabalhar muito apenas para obter mais do que os outros é um impulso fútil e que não tem nenhum valor em si. "Nem mesmo o prestígio proporcionará felicidade e contentamentos duradouros".
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O breve comentário acima, eu fiz há dois dias no Blog do Irlandês. Fala da INVEJA, esse descontentamento com o que se tem, numa sociedade cada vez mais consumista que estimula a pessoa a uma "escalada contínua em busca de algo melhor, mais fácil e mais opulento".

Aí, numa espécie de sequência, lá estava eu ontem lendo uma ‘Quem’ na sala de recepção do dentista de minha sobrinha. É somente quando eu leio esse tipo de 'cultura inútil'. (Abafa rss). Mas, casualmente, e provando que se tira coisa boa de (quase) tudo, abri numa matéria que falava sobre a busca frenética pela fama em detrimento de outros valores. Automaticamente, associei ao texto do blog. É impressionante como isso sempre me acontece. Como se a atestar um raciocínio anterior...

A reportagem era com a estonteante Ana Paulo Arósio, mesmo com alguns quilinhos a mais e os cabelos esvoaçantes. Modelo e atriz que dominou altas campanhas publicitárias, foi capa de revista constantemente e ainda participou de ‘Forever’ (1991 - Walter Hugo Khouri), marcando sua estreia no cinema. Abandonando a carreira justamente quando escalada para protagonizar a personagem Marina em Insensato Coração (2011), foi acusada por Gilberto Braga de ter atitude anti-profissional. Ora, ela tinha suas razões pessoais e não cederia a imposições globais que seduzem e induzem à obediência cega.

Eu já gostava dela, mas tornei-me sua fã ao ler suas considerações. Palavras sábias de uma linda mulher centrada, serena e firme nas colocações. Discorrendo sobre esse lance do artista ter o glamour como obrigação, identifiquei-me imediatamente com o que ia lendo. Ela falando dessa paranoia de você ter que estar sempre bem, sempre cuidando obsessivamente da aparência, sem muito espaço para a vida emocional.  E arremata: ‘não é apenas em função do dinheiro e da fama que a gente tem que viver’.

Há uma linha tênue que separa a ambição saudável da competição invejosa. E, para isso, o meio artístico é campo fértil. Ora, como alude a mesma edição da citada revista, o artista é flagrado em cenas da vida real na praia com familiares, correndo na orla vestido com a camisa do seu time preferido, descalço no shopping porque o sapato apertou, caminhando nas ruas com o filho vestido de super herói de sua preferência ou fazendo caminhada com o(a) parceiro(a) nem um pouco conhecido, como qualquer mortal.

São (ou deveriam ser) pessoas normais com comportamento normal. Entretanto, o que se percebe é que há sempre uma resposta a uma cobrança de um público (não menos neurótico) que exige uma postura ‘diferente’ por parte do seu ídolo. O ídolo, por sua vez, se apavona com essa cobrança, sobe no salto e começa a se enxergar acima do bem e do mal. Veja, por exemplo, a atitude arrogante da Rita Lee em show que lhe rendeu um senhor processo...

O artista precisa estar sempre lúcido, não ceder aos deslumbres para não sair do foco. Afinal, antes de tudo, ele abraçou uma profissão cujos ‘ossos do ofício’ exigem constante concentração. Ele não pode se permitir viajar na maionese achando que sua vida é só palco e mídia, deixando que os holofotes o ceguem e incham o ego, confundindo os reais valores da existência. Não é fácil, mas apenas em constante vigilância nesse sentido, ele evita cair na cilada da mera competição invejosa que garante sua popularidade. E não é que popularidade seja ruim. Ruim é fazer disso o objetivo principal, pois que facilmente se esvai e logo se é esquecido. Não é à toa que, há séculos, já dizia o sábio que ‘isso é correr atrás do vento’.

RF.