Como surgiu Café com Leite Crente?

Café com Leite Crente surgiu dos sonhos de Adriana Chalela (A Razão da Esperança), Regina Farias (Bora Ler) e João Carlos (Pastor João e a Igreja Invisível). Três amigos virtuais e irmãos em Cristo, separados por milhares de quilômetros mas que compartilham da mesma visão do Reino de Deus, Reino este que começa aqui na Terra e continuará por toda a Eternidade. Devido às nossas afinidades, decidimos unir nossos esforços para mostrar que é possível sermos 100% cristãos, mas com os pés 100% no chão, vivendo uma espiritualidade madura e responsável sem perder o amor pela vida que fomos graciosamente presenteados por nosso amoroso Pai.

Só que a família cresceu! Pelo Caminho conhecemos mais três irmãos maravilhosos, com a mesma visão do Reino: René Burkhardt (Nem de Paulo nem de Apolo: de Cristo!), Cláudio Nunes Horácio (Susto de Amor) e o "atrasildo" do Wendel Bernardes (Cinema Com Graça), que agora fazem parte desta gangue...


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Como nos tempos da Inquisição


Rodrigo Martins 23 de maio de 2011 às 17:43h

Após defender o direito à união civil homoafetiva a CartaCapital, o pastor Ricardo Gondim vira alvo de ofensas na internet e perde o posto de colunista em revista evangélica na qual escrevia há 20 anos

Após defender o Estado laico e o reconhecimento jurídico da união homoafetiva em entrevista a CartaCapital no fim de abril (clique aqui para ler), o pastor Ricardo Gondim, líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista, virou alvo de ferrenhos ataques de grupos evangélicos na internet. Um fiel chegou a dizer, pelo Twitter, que se pudesse “arrancaria a cabeça” do pastor herege. “É como se vivêssemos nos tempos da Inquisição”, comenta Gondim, que já previa uma reação de setores do mainstream evangélico, os movimentos neopentecostais com forte apelo midiático. Surpreendeu-se, no entanto, ao ser informado que, graças às declarações feitas à revista, não poderia mais escrever para uma publicação evangélica na qual é colunista há 20 anos.

“Fui devidamente alertado pelo reverendo Elben Lenz Cesar de que meus posicionamentos expostos para a CartaCapital trariam ainda maior tensão para a revista Ultimato”, escreveu Gondim em seu site pessoal, na sexta-feira 20. “Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um Estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis.”

Por telefone, o pastor explicou as razões expostas pela revista evangélica para “descontinuar” a sua coluna, falou sobre as ofensas que sofreu na internet e não demonstrou arrependimento por ter falado à CartaCapital em abril. “A entrevista foi excelente para distinguir algumas coisas. Nem todos os evangélicos pensam como esses grupos midiáticos que confundem preceitos religiosos com ordenamento jurídico e querem impor sua vontade a todos.”

CartaCapital: Qual foi a justificativa dada pela revistahttp://www.blogger.com/img/blank.gif Ultimato para descontinuar a sua coluna na publicação?


Ricardo Gondim:
Eu escrevi para a Ultimato por 20 anos. Trata-se de uma publicação evangélica bimensal, na qual eu tinha total liberdade para escrever sobre o que quisesse. Não falava apenas da doutrina, mas de muitos assuntos relacionados ao cotidiano evangélico. E nunca sofri qualquer tipo de censura. Mas, agora, eles entenderam que as minhas declarações a CartaCapital eram incompatíveis com o que a Ultimato defende e expuseram três argumentos para justificar a decisão. Eu não concordo com essas teses e, para dar uma satisfação aos leitores, publiquei uma carta de despedida no meu site.

CC: A defesa dos direitos civis de homossexuais foi um dos aspectos criticados pelo corpo editorial da revista?

RG:
Sim. Eles entendem que o apoio à união civil de homossexuais abriria um precedente dentro das igrejas evangélicas para a legitimação do ato em si, a homossexualidade. Tentei explicar que uma coisa é teologia, outra é o ordenamento das leis. Num Estado é laico, não podemos impor preceitos religiosos à toda a sociedade. Uma coisa não transborda para a outra. Dei como exemplo o fato de a Igreja católica viver muito bem em países que reconhecem juridicamente o divórcio, embora ela condene a prática e se recuse a casar pessoas divorciadas. Eu não fiz uma defesa da homossexualidade, e sim dos direitos dos homossexuais. O direito deve premiar a todos. Num Estado democrático, até mesmo os assassinos têm direitos. Não é porque eles cometeram um crime que possam ser torturados ou agredidos, por exemplo. As igrejas podem ter uma posição contrária à homossexualidade, mas não podem confundir seus preceitos com o ordenamento jurídico do país ou tentar impor sua vontade. Muitos disseram que o Supremo Tribunal Federal tripudiou sobre as igrejas evangélicas ao reconhecer a união estável homoafetiva. Nada disso, o STF estava apenas garantindo os direitos de um segmento da sociedade. Essa é sua função.

CC: Quais foram os outros aspectos criticados?

RG:
Eles também criticaram uma passagem da entrevista na qual eu contesto a visão de um Deus títere, controlador da história e da liberdade humana, como se tudo que acontecesse de bom ou ruim fosse por vontade divina e ou tivesse algum significado maior. E apresentaram um argumento risível: o de que a minha tese coloca em xeque a ideia de um Deus soberano. Claro que sim! Deus soberano é uma visão construída na Idade Média, e serviu muito aos interesses de nobres e pessoas do clero que, para justificar seu poder, se colocavam como representantes da vontade divina na terra. Só que essa visão é incompatível com o mundo de hoje. O Estado é laico. As pessoas guiam os seus destinos. Deus não pode ser culpado por uma guerra, por exemplo. Não vejo nisso nenhuma expressão da vontade divina, nem como punição.

CC: O fato de o senhor ter criticado a expansão do movimento evangélico no País também foi destacada?


RG: Sim. Eu fiz um contraponto à tese de que o Brasil ficará melhor com o crescimento da comunidade evangélica. Não acho que é bem assim. Critica-se muito a Europa pelo fato de as igrejas de lá estarem vazias, mas eu não vejo isso como um sinal de decadência. Ao contrário, igreja vazia pode ser sinal do cumprimento de preceitos do protestantismo se os cidadãos estão mais engajados com suas comunidades, dedicados às suas famílias, preocupados com os direitos humanos, vivendo os preceitos do cristianismo no cotidiano. Eu critico essa visão infantilizadora da vida, na qual um evangélico precisa da igreja para tudo e Deus é responsável por tudo o que acontece.

CC:O senhor se arrepende de ter concedido aquela entrevista à CartaCapital?

RG:
De maneira alguma. O repórter Gerson Freitas Jr. até conversou comigo, preocupado com a reação que as minhas declarações poderia causar na comunidade evangélica. Mas a entrevista foi excelente para distinguir algumas coisas. Nem todos os evangélicos pensam como esses grupos midiáticos que confundem preceitos religiosos com ordenamento jurídico e querem impor sua vontade a todos. Eu já esperava alguma reação, só não sabia que viria com tanta virulência. Um evangélico chegou a dizer, pelo Twitter, que se pudesse arrancaria a minha cabeça. É como se vivêssemos nos tempos da Inquisição. Recebi inúmeros e-mails com ofensas e mensagens de ódio. Não sei precisar quantos, porque fui deletando na medida em que chegavam à caixa postal. Também surgiram centenas de textos me satanizando em blogs, sites e redes sociais.

CC:E entre os fiéis da sua igreja? Houve algum constrangimento?


RG:
Alguns, influenciados pelo bafafá na internet, vieram me questionar. Então fiz questão de dar uma satisfação à minha comunidade. Após discursar, acabei aplaudido de pé, fiquei até meio constrangido diante daquela manifestação de apoio.
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Li AQUI, concordo e assino embaixo!!!

7 comentários:

  1. Gente: Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa!

    Como cristãos, temos nossa posição contrária ao ato, mas os cidadãos tem direitos que devem ser respeitados!

    Qual a dificuldade de entender isso???????

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  2. Ricardo Gondim tem a sinceridade e coragem de dizer o que pensa. Isso parece ser proibido na maioria das igrejas evangélicas.

    Infelizmente, muitos "irmãos" querem nos tirar o livre direito de expressar nosso ponto de vista. Ainda que discordemos deste ou daquele posicionamento de alguém, isso não nos dá o direito de ofender, ou condenar. Mas essa tem sido uma prática cada vez mais comum no meio evangélico.

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  3. Manos, sorte a dele que saiu desta porcaria que é a Ultimato, é só mais uma revista religiosa, e de religião Jesus tá fora e eu tbm.

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  4. Destaques para:

    "Nem todos os evangélicos pensam como esses grupos midiáticos que confundem preceitos religiosos com ordenamento jurídico e querem impor sua vontade a todos.”

    "O direito deve premiar a todos. Num Estado democrático, até mesmo os assassinos têm direitos. Não é porque eles cometeram um crime que possam ser torturados ou agredidos, por exemplo. As igrejas podem ter uma posição contrária à homossexualidade, mas não podem confundir seus preceitos com o ordenamento jurídico do país ou tentar impor sua vontade."

    Discordar aqui e ali, como diz o Alan, tudo bem. Ofender e condenar é presunção de religioso.

    E, como bem diz o Cláudio, revista religiosa só induz e limita. E o RG certamente está além de uma simples revistinha.(Pense no sofrimento dele ao perder posto de colunista em revistinha rss)

    Pastor, também concordo com o exposto e assino embaixo.

    R.

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  5. Concordo com vocês quatro!!! Abaixo, a mensagem que enviei pro RG:

    """ Meu amado Ricardo,

    Eu já havia lido sua carta de 'despedida' da Ultimato, sem, no entanto, saber que a reação à entrevista na Carta Capital tivesse sido tão intensa e maldosa, apesar de conhecer o poder inquisidor do evangelicalismo brasileiro.

    Devo dizer, antes de mais nada, que sou uma das pessoas que discordam de você quanto à interferência pessoal de Deus em eventos aqui na Terra, mas não totalmente. Creio que Deus interfira, sim, mas para transformar em bem as "cagadas" dos homens. Na verdade, entendo que Ele interfere quando e como quer, sempre respeitando o livre-arbítrio que Ele concedeu ao homem, o que é a maior demonstração de Sua soberania.

    Mas esta divergência não me faz pensar que você tenha deixado de ser um preciosíssimo instrumento de Deus, um verdadeiro homem de Deus. Se você está errado, ou eu estou errado, o tempo dirá e o próprio Senhor nos esclarecerá. Quando erramos, é o Espírito de Cristo que nos convence do erro, não os homens. Nossa salvação não depende do correto entendimento dessa questão e a divergência não nos transforma em inimigos. Continuamos sendo irmãos e devemos agir como tais.

    Quanto à entrevista, devo dizer que concordo totalmente com você. Não há o que tirar, nem por. Você fez uma leitura perfeita da situação, colocando as coisas nos devidos lugares.

    E sinto muito, mesmo, por sua saída da Revista, não por ela ser algum ícone da leitura evangelicalista, mas pelo desrespeito a você, como pessoa e como homem de Deus, e, principalmente, pela insensatez cristã das pessoas que tomaram tal decisão.

    Você é uma pessoa especial para Deus e para o Reino, Ricardo! Assim como eu, muitas pessoas têm sido libertas de algemas infernais postas pela religiosidade humana! Continue na sua intimidade com o Senhor e compartilhando conosco aquilo que você tem recebido dEle!

    Forte abraço, meu querido, e muita Paz!

    René """

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  6. A caravana passa e sinédrio ladra!


    como sempre, desde os tempos do Mestre.....

    RG tem o que dizer e sabe fazê-lo, e quem tem ouvido ouça o que Espirito diz através da instrumentalidade deste servo.

    Amiguinhos, tais reações descabidas não me surpreeendem, apenas reforçam o asco que sinto pelo "sistema"


    abs

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  7. Aproveitando a chance:

    Cada vez mais eu agradeço a Deus pelos amigos que tenho nessa caravana do mundo virtual...

    René, quando eu crescer quero escrever igualzinho a ti.

    Dri, minha amiga de infância, saudade de nossas conversas...

    No amor de Cristo que nos uniu,

    Rê.

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