Como surgiu Café com Leite Crente?

Café com Leite Crente surgiu dos sonhos de Adriana Chalela (A Razão da Esperança), Regina Farias (Bora Ler) e João Carlos (Pastor João e a Igreja Invisível). Três amigos virtuais e irmãos em Cristo, separados por milhares de quilômetros mas que compartilham da mesma visão do Reino de Deus, Reino este que começa aqui na Terra e continuará por toda a Eternidade. Devido às nossas afinidades, decidimos unir nossos esforços para mostrar que é possível sermos 100% cristãos, mas com os pés 100% no chão, vivendo uma espiritualidade madura e responsável sem perder o amor pela vida que fomos graciosamente presenteados por nosso amoroso Pai.

Só que a família cresceu! Pelo Caminho conhecemos mais três irmãos maravilhosos, com a mesma visão do Reino: René Burkhardt (Nem de Paulo nem de Apolo: de Cristo!), Cláudio Nunes Horácio (Susto de Amor) e o "atrasildo" do Wendel Bernardes (Cinema Com Graça), que agora fazem parte desta gangue...


quinta-feira, 31 de março de 2011

Maria, Maria!




Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

(Milton/Brandt)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Rir para não chorar



PSICÓLOGO


Psicólogo não conversa, pontua.

Psicólogo não fala, verbaliza.

Psicólogo não faz amor, liberta a libido.

Psicólogo não é indiscreto, é espontâneo.

Psicólogo não faz barraco, surta.

Psicólogo não tem ideias, tem insights.

Psicólogo não resolve problemas, fecha gestalts.

Psicólogo não pensa nisso, respira nisso.

Psicólogo não muda de interesse, muda de figura e fundo.

Psicólogo não come, internaliza.

Psicólogo não pensa, abstrai.

Psicólogo não é gente, é um estado de espírito.

 

 

UMA VISÃO COMPORTAMENTAL DAS COISAS:

 

Psicólogo não elogia, reforça

Psicólogo não fica de mal, põe em extinção

Psicólogo não troca as bolas, generaliza

Psicólogo não dá toque, discrimina

Psicólogo não puxa a orelha, pune

Psicólogo não dá exemplo, faz modelação

Psicólogo não é sincero, é assertivo

Psicólogo não seduz, faz aproximações sucessivas

Psicólogo não surpreende, libera reforço intermitente

Psicólogo não finge, faz ensaio comportamental

Psicólogo não sente, emite comportamentos encobertos

Psicólogo não perde medo, dessensibiliza

Psicólogo não fica a perigo, sofre privação

Psicólogo não é briguento, é reforçador

Psicólogo não muda de vida, opera no ambiente 




Você me respeitem, senão faço um barraco!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

A dura e linda vida de Kyle.

Ele agora é um rapaz. Seus sonhos estão virando pouco a pouco realidade e mesmo sem ouvir dele, sabia que era o orgulho de seu pai.
Seu nome é Kyle, e em seus dezesseis anos, sofreu mais dor que muitos adultos por aí.

Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi em Minas Gerais, onde seus pais apascentavam uma igreja, que sentiu a maior dor que um filho poderia sentir.
Sua mãe, que lhe dava a atenção e o carinho que todo caçula tem, foi acometida de uma doença mortal, antes de entender o que estava acontecendo, apenas dois meses depois, ela partiria para servir a seu Deus mais próximo Dele!

Imagine a dor. Com apenas 9 anos ser portador da agonia de perder seu chão, sua base, seu amor...
A família precisaria da direção que apenas o Espírito Santo poderia dar.
O pai, homem simples, preocupava-se em como manter unida sua casa, agora sem um de seus mais importantes membros.   

Sua esposa era mulher doce, forte e agregadora.
Cria que seu maior ministério era cuidar de seus filhos, dois ao todo, para que nunca se desviassem do Caminho!
Ele sabia que agora, as dificuldades que enfrentavam seriam verdadeiros maremotos de saudade, dor, perguntas sem respostas e sofrimento.

Joane, a mais velha, tornou-se mãe de seu irmão por pura carência. Ficara ao mesmo tempo sem sua mãe e sua melhor amiga.
Como poderia ser mãe de Kyle mesmo sem saber direito como era isso. Mas lembrava-se do amor que sentira, e sabia que essa era a principal característica da mulher que lhe deu a vida!

Os anos que se seguiram não foram em nada fáceis pra essa nova família.
Até que papai, de volta do Rio, reuniu-lhes e disse que iria se casar de novo. Era uma mistura de alegria e curiosidade!
Quem será a ‘nova mamãe’?
Ah, mas não foi só isso que ganharam, mas também duas novas irmãs mais novas.
Kyle passou de caçula a irmão do meio em apenas alguns meses, mas não se chateou com isso. Amou aquela gente como se fora de seu sangue, e sua nova mãe era diferente da verdadeira, mas em nenhum momento lhe faltou amor.
Mas atenção, isso lhe faltava sim.

Nunca deixou de sorrir, de agarrar a tudo com afinco como sua vida lhe ensinara. Na verdade, queria pensar que ele mesmo definira seu entusiasmo e não seria vencido por dor alguma, pois a maior delas, já havia passado ainda pequenino!

Voltando ao Rio por determinação da igreja a que pertencia, a família estabeleceu-se bem, mesmo diante de tantos motivos para viver dores a cada dia, viviam crendo que Deus tinha sempre um propósito para tudo.

Kyle ainda sofria seus fantasmas internos, mas sabia que a vida é feita de dor e amor. Agora, com as novidades de estar de volta a sua casa, e sua cidade, poderia rever seus amigos que amou desde pequeno, e que não cresceu junto apenas, porque Deus não quis.

A vida agora é mais doce, não porque se facilitou em algo sua caminhada, mas porque havia uma fuga de alegria no final do dia, revendo a galera que falava sua mesma língua e que sentia saudades suas realmente!

Os dias foram tornando-se meses e a vida seguia seu rumo, até que Kyle já não se sentira mais confortável da maneira em que estava.
Mesmo com apenas dezesseis,  sua alma amadurecida pela dor, lhe dizia que algo ainda estava por vir.

Não sabia direito se era algo bom ou ruim, se era certo ou errado, mas confiava que tudo seria resolvido por si mesmo, pensamento oriundo da experiência da pouca vida, mas do muito chão duro que pisara!
Então decidiu se lançar e pagar pra ver.

Curtia cada momento sem esquecer que os instantes são únicos e devem ser vividos como se fossem os últimos.
Não acertara em tudo, na verdade, estava errando mais do que acertando o alvo, mas confiava num Deus que lhe garantiria o alívio da dor, caso fosse levado aos caminhos do desespero.

Hoje, sorri cada vez mais, e quem o vê de longe, nem se toca que uma dor lhe corta a alma. Sorve a vida com sabor de quem sabe que nem tudo é doce, mas entende que cada momento tem seu sabor, mesmo terminando num fel vez ou outra.
Quem de perto o entende, sabe que muito ainda precisa ser trocado, mas quem disse que essa preocupação lhe tira o sono, sabe que tudo tem seu tempo determinado. Se lhe perguntam qual sua frase de cabeceira reponde: “Eu quero estar perto, de tudo que acho certo, até o dia em que eu mudar de opinião”, e segue sua vida longa e curta, com dor e alegria, com amor e tristeza, sabendo que agora é amado por mais gente que antes, por mais corações que imaginaria sequer conhecer.

Sabe que tudo na vida é relativo, menos a vontade de Deus pra ele, que é soberana!
Vai Kyle, caminhe sem nunca se esquecer que a vida é um dom do Eterno, e que um dia você se unirá a Ele e sua dor, já tão Dele, será nada perto da alegria que é pertencer ao Amor!

Wendel Bernardes

domingo, 27 de março de 2011

Sinais do Apocalipse

Lázaro Ramos GALÃ





Sandy DEVASSA





Faustão MAGRO





Silvio Santos POBRE






Presidente fazendo omelete no "Mais Você".






Tiririca na Comissão de Educação






Maluf e Collor na Comissão da Reforma Política.






Ué! NÃO ERA PRA ACABAR SÓ EM 2012?




....

sábado, 26 de março de 2011

Não importa como e quando






Ore simples, fale com ele.
Não importa em que lingua, onde e quando.
Que o Pai nosso seja sua oração na vida, vivendo para fazer e fazendo para viver.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Lápides




ESPÍRITA

Volto já.



CATÓLICO

Jesus, Maria e José. Minha família vossa é.



INTERNAUTA

www.aquijaz.com.br



AGRÔNOMO

Favor regar o solo com Neguvon. Evita vermes.



ALCOÓLATRA

Enfim, sóbrio.



ARQUEÓLOGO

Enfim, fóssil.



ASSISTENTE SOCIAL

Alguém aí? Me ajude!



BROTHER

Fui.



CARTUNISTA

Partiu sem deixar traços.



POLICIAL

Tá olhando o quê? Circulando, circulando...



ECOLOGISTA

Entrei em extinção.



ENÓLOGO

Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma formol e after tasting que denota presença de microorganismos diversos.



FUNCIONÁRIO PÚBLICO

É no túmulo ao lado.



GARANHÃO

Rígido, como sempre.



GAY

Virei purpurina.



HERÓI

Corri para o lado errado...



HIPOCONDRÍACO

Eu não disse que estava doente?!



HUMORISTA

Isso não tem a menor graça



JANGADEIRO DIABÉTICO

Foi doce morrer no mar.



JUDEU

O que vocês estão fazendo aqui? Quem está tomando conta do lojinha?



PESSIMISTA

Aposto que está fazendo o maior frio no inferno.



PSICANALISTA

A eternidade não passa de um complexo de superioridade mal resolvido.



SANITARISTA

Sujou!!!



NINFOMANÍACA

Agora, só a terra vai comer.



VICIADO

Do pó eu vim, no pó eu vivi, ao pó eu retornei. Enfim, pó!



ADVOGADO

Disseram que morri... mas vou recorrer!!!


EVANGÉLICO

A fé move montanhas...


ATEU

Graças a Deus!

domingo, 20 de março de 2011

Dia do blogueiro

VOCÊ PODE

Você pode ter a casa repleta de amigos
Paredes e pisos cobertos de bens
Ter um carro do último tipo
E andar conforme der na cabeça
Ou pode até ser o cara que vive apertado
Até mesmo dentro de um lotação
Curtindo assim mesmo o fim de semana
Ao andar conforme der na cabeça

Mas sempre será como folha no vento
Esperando o momento de cair
Você pode ter tudo àquilo que sonhar
Mas nunca terá a paz que existe lá dentro
Que não se encontra pra poder comprar
Porque essa paz só tem a pessoa
Que se encontra com cristo!

Mas sempre será como folha no vento
Esperando o momento de cair
Você pode ter tudo àquilo que sonha
Mas nunca terá a paz que existe lá dentro
Que não se encontra pra poder comprar.
Porque essa paz só tem a pessoa
Que se encontra com cristo!

                        Vencedores por Cristo


Parabéns a todos os blogueiros.
 
Aos meus amigos atalaias, que não cessam de dizer que apenas nEle há a Paz que o homem tanto busca, minha reverência.
Familia Café com Leite Crente receba meu abraço.
Amo vocês

sábado, 19 de março de 2011

Não Julgue Tão Rápido!!!

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Faz sentido! Mas, nem sempre, o que vemos é a expressão da verdade. Aí, fica difícil de provar que "focinho de porco não é tomada".

Bom final de semana a todos!!!


sexta-feira, 18 de março de 2011

Queridíssimas mulheres


Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual. Isso quer dizer, se tem forma de guitarra está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas...

Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As muito magrinhas que desfilam nas passarelas seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays, odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas, e agridem o corpo que eles odeiam, porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura.

A elegância e o bom trato são equivalentes a mil Viagras.

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa..

Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco?

Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim.

Ocultar essas formas é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza: Que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulímica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez! Trate de agradar a nós e não a vocês, porque nunca terão uma referência objetiva do quanto são lindas dita por uma mulher.

Nenhuma mulher vai reconhecer jamais diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 30 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por Karina Mazzocco, Eva Longaria, Angelina Jolie ou Demi Moore, somos capazes de atravessar o Atlântico a nado.

O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto, uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento, ou está se auto- destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência à culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade, não se sabota e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol', nem em spa...

...Viveram!

O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.

Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto. Tudo junto!

P.S:
Ao procurar imagens no velho G sobre mulheres com mais de 30 encontrei esta tirinha... desculpem mas não aguentei, foi mais forte do que eu! rsrsrsrs

segunda-feira, 14 de março de 2011

O samba da vida de Nice.




Nice era mulata formosa, daquelas que paravam quaisquer pagodes. Era carioquíssima da gema e da casca do ovo, como gostava de dizer ostentando um sorriso de perolado perfeito.

Conseguiu muitas de suas belas curvas nos sobe-e-desce das ladeiras das favelas. Isso mesmo; favelas no plural! Sua família honesta e temente a Deus, como dizia vó Maria, se mudava toda vez que o ‘bicho pegava’ na favela que viviam. 

Então era começar tudo de novo; invadir o lote, cercar o terreno, arrumar madeira pro barraco, ‘chamar na mão’ com o martelo...
Era uma família matriarcal, sua vó Maria e sua mãe Joana, só conheceram homem na hora do ‘bem bom’ como diziam, depois estavam sozinhas na vida, sambando pra não cair. Mas quem disse que Nice se abalava? Cantava sempre um refrão positivo dum partido alto e lá ia agarrar a vida à unha!

Ela fazia de tudo um pouco; faxineira, manicure, arrumadeira, passadeira, etc., mas seu divertimento estava em frequentar a quadra da escola preferida nos ensaios técnicos da bateria. Seu coração parecia explodir ao som dos surdos e tamborins. Era verdadeiro frenesi.

Mas quer saber? Nice tinha dúvidas se a vida era apenas isso. Às vezes, quando chegava de um dia de trabalho, ou mesmo do samba, depois de driblar os barbados louquinhos por um pouquinho mais de seu molejo, deitava sua cabeça no travesseiro de retalhos que vovó fizera e contemplava a majestade do céu estrelado do alto do morro pela fenda duma telha. Aquela mesma que fazia jorrar água nas chuvas de verão (e de inverno também, né?), mas agora a fenda fazia-lhe viajar no infinito enquanto se perguntava quem teria composto essa samba de céu estrelado. Foi talvez a primeira vez que Nice perguntou-se realmente sobre Deus.

Semanas depois, durante mais uma das faltas d’água que assolava a favela, sambando com vasilhames como adereço de cabeça nas vielas, passou num beco e ouviu alguém cantando uma canção que não era um samba, mas que com a mesma alegria falava das maravilhas da criação e de como Deus as fizera, uma a uma...

Pôs de lado a pesada lata d’água e não se fez de rogada, cariocamente bateu palmas e gritou: “Ô de casa!”
Então uma velhinha, mais acabadinha que sua vó Maria lhe saudou com um sorriso meio desdentado, porém franco e sincero.
- Bom dia minha filha, disse a velhinha.
Nice foi direto ao ponto;
- Eu ouvi uma música que falava da natureza, e de como Deus fez tudo nela... a senhora...
- Seu eu canto? Perguntou satisfeita a velhinha.
- Na verdade eu já cantei minha filha, isso que faço hoje é mais um sussurro que canto... e riu de si mesma.
Mais uma vez, de forma direta disse Nice:
- Na verdade quis saber se a senhora é... crente!?
O sorriso da velhinha transformou-se numa gostosa gargalhada vinda da alma e disse:
- Sou crente sim, minha filha, mas já me chamaram também de ‘bíblia’, ‘beata’ e até de coisa muito pior, disse meio corada de vergonha.
-É que eu estava pensando Nele esses dias. Foi Ele mesmo quem criou o mundo? A mim ou a senhora?
- Foi Ele sim, minha linda, Ele me criou, fez a natureza e desenhou você e cada beleza de seu corpo e de seu coração.

Até então Nice não havia imaginado dessa forma, criada pelas mãos de Deus, isso daria um samba-enredo, pensou.
- A qual igreja a senhora pertence? Perguntou já meio sedenta doutra água que sua lata não poderia carregar.
- Sou de Jesus minha linda, mas quando minha pernas fracas permitem, congrego naquela igrejinha azul, perto da Biquinha.
Claro que Nice conhecia a tal Biquinha, afinal a falta d’água no morro num dava tréguas e era de lá que essa moça tirava água, da famosa Biquinha que nada mais era do que um ‘gato’ no encanamento público que servia à comunidade na hora do sufoco.

Decidiu deixar o pagode desse domingo pra conhecer mais do Deus compositor do samba mais belo que já havia sido composto: a vida!
Chegando lá, depois de se arrumar muito bem com seus breguetes como se fora ao ensaio técnico, sentou na frente pra procurar sua amiga, curiosamente não a encontrou.

Embora não conhecesse nadica de nada, achou linda aquela cantoria toda e o pastor falava, segundo ela, igual político que visitava o morro em época de eleição. Sentiu-se honrada de estar ali, principalmente, pois os ‘irmãos’ não a olharam como um pedaço de carne, como os caras do samba a olhavam.

Sem pensar duas vezes, levou seu molejo a frente do altar na hora do ‘apelo’, e chorou muito ao ‘aceitar Jesus’, pelo menos foi isso que o pastor disse que fizera ao ir lá na  frente. Nice gostou.
Seu coração sincero batia ainda mais forte que cada bumbo da bateria da agremiação que frequentava...
Aliás, frequentava mesmo!
Deixou de sambar, parou de ir à quadra da escola. Agora sua rotina era ir aos cultos da igrejinha azul da Biquinha.

Aos poucos largou também seu molejo, suas roupas coloridas foram trocadas por vestidões retos e de cores sóbrias, sem decotes e lascas, como dizia o pastor, andando como ‘convém a uma serva do Senhor’.

Seu sorrisão perolado foi virando agora simples saudação com a cabeça. Os barbados que a seguiam nas ladeiras louvando a Deus por seu rebolado já não a perseguiam mais. Parecia que a igrejinha azul da biquinha ganhara mais uma fiel, mas que o morro perdera muito em não ver aquela alegria desfilando em suas vielas.

Tempos depois, Nice passou com sua lata na cabeça em frente a casa da velhinha que não vira mais. Havia ainda lá uma janela aberta onde uma senhora, bem mais jovem que a velhinha, lhe explicou que Dona Selmira, havia ido cantar seus louvores mais perto de Deus.
Nice entristeceu-se e contou àquela senhora, que julgou ser filha da velhinha, de seu encontro com a doçura que recebera dela.

A senhora com olhos lacrimejantes disse:
“-Então é você?”
Tirou de dentro dum bibelô papelzinho dobradinho várias vezes, meio mal escrito dizendo:
“Mulatinha, nunca deixe de encontrar o Criador em seu coração, é lá que mora tanto Ele, quanto a alegria que Ele mesmo te deu ao nascer!”
Agora eram duas a chorar!
Nice entendeu o recado.

Havia encontrado o maior Tesouro do mundo, mas perdera a alegria e o desejo de manifestar quem Ele é no sorriso sincero que sempre carregara.
Deu uma guinada na vida e percebeu, mesmo com respeito e devoção, que achar o Criador não era perder o que Ele criara!

Hoje em dia Nice samba em louvor ao Senhor que lhe criou e lhe deu vida, e sabe que em seu coração há um bem maior que tudo que o mundo pode dar.
Seu sorrisão está mais brilhante do que nunca, e agora quando olha pras estrelas na mesma fenda do barraco, sabe de onde vem seu ‘brilho interior’, sua alegria, sua paixão pela vida.
Vem do Criador!

Moral da história:
A religião engessa as curvas e o molejo alegre que Deus criou, mas o contato com Ele, liberta de tudo!

Wendel Bernardes.




domingo, 13 de março de 2011

O CULTO RELIGIOSO


Esta semana estive pensando a respeito do culto tal qual o conhecemos e cheguei à conclusão que durante décadas eu sequer tinha consciência que era coisa de índio e eu praticava.

Veja bem, Jesus desconhece qualquer culto que não seja no dia a dia, na vida, na convivência, no chão da existência. Nada há ritualmente que tenha valor intrínseco, pois reunir para fazer ritual é coisa de índio mesmo. Todos pulando e fazendo uh uh uh uh, uh uh uh uh, uh uh uh uh, uh.

O culto religioso é infinitamente diferente do encontro em torno do Nome de Jesus: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação”.

Sem muito esforço, só por esta perícope já dá pra sabermos que os encontros do Corpo de Cristo devem ser participativos, não shows, não platéia e atores, não ídolos e fãs, não profissionais da fé e leigos, mas reunião de discípulos de Jesus em torno de Sua Pessoa para a edificação de todos.

Todos participam, não há aqueles que assistem e aqueles que fazem o show, há comunhão, exercício dos dons espirituais, conversas, diálogos, ensinos, prática dos dons para a construção de pessoas melhores, gente realmente boa de Deus auxiliando e sendo auxiliadas.

Para assistir um culto, acho preferível ir ao teatro ou a uma casa de espetáculos, em ambos sairei aliviado, não por Deus estar lá, mas pelo entretenimento. Note bem, a gente canta, pula, esquece dos problemas por uma hora, é lazer, é entretenimento, isto nos faz relaxar. Portanto a meu ver não há diferença alguma do culto religioso com a diversão teatral.

Pra mim o que é relevante são as reuniões em torno do Nome de Jesus para comunhão, aprendizado, auxílio, estudos, socorros, enfim, para que nos encontros humanos, encontremos Deus no irmão, do contrário o culto vira missa onde há um sacerdote rezando e os outros assistindo.

Pense nisso!

Cláudio Nunes Horácio




quinta-feira, 10 de março de 2011

Doze conselhos para se ter um infarto bem sucedido...


por Dr. Ernesto Artur - CARDIOLOGISTA

Quando publiquei estes conselhos de 'amigo-da-onça' em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta, pois muitos estavam adotando esse tipo de vida inconscientemente.

1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias;

2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos;

3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde;

4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem;

5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.;

6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes;

7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro;

8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro;

9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo;

10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão lhe deixar tinindo;

11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12. E, por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis. Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um para mim, um para você...



Em uma cidadezinha do interior havia uma figueira carregada dentro do cemitério. Dois amigos decidiram entrar lá à noite (quando não havia vigilância) e pegar todos os figos.

Eles pularam o muro, subiram a árvore com as sacolas penduradas no ombro e começaram a distribuir o 'prêmio':

- Um pra mim, um pra você, um pra mim, um pra você....

- Pô, você deixou aqueles dois caírem do lado de fora do muro!

- Não faz mal, depois que a gente terminar aqui a gente pega...

- Então tá bom, mais um pra mim, um pra você.


Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a delegacia.

Chegando lá, virou para o policial:

- Seu guarda, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!

- Ah, cala a boca bêbado!

- Juro que é verdade, vem comigo!


Os dois foram até o cemitério, chegaram perto do muro e começaram a escutar...

- Um para mim, um para você, um pra mim, um pra você......

O guarda assustado:

- É verdade! É o dia do apocalipse! Eles estão dividindo as almas dos mortos!

- O que será que vem depois?


Lá dentro, os dois amigos já estavam quase terminando...

- Um para mim, um para você. Pronto, acabamos aqui. E agora?

- Agora a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Norberto, o primo do Aroldo!




Foi numa família linda que Norberto nasceu. Era o terceiro de quatro filhos. A casa que vivia era boa, mas sem luxos. E a vida também era assim.
Papai e mamãe viveram uma linda história de amor. Foram separados pelas circunstâncias ao se conhecerem, mas havia tanto amor naquele primeiro olhar que ambos decidiram namorar mesmo a distância: por cartas.
Fora assim por anos a fio até novamente se reencontrarem. A vida e a história deles daria um belo filme, viu? Desses que o mocinho luta toda a trajetória para ficar com a mocinha no final.

Amaram cada filho de forma única.
O primeiro, Gualberto, lhes nasceu forte, bonitão e robusto; parecia o pai diziam todos!
A segunda, Alberta, era doce e linda como um raio de sol na primavera, era cópia da mãe, dizia vaidosamente a própria.
O terceiro, nosso herói Norberto, antes de nascer, passou por todo o tipo de dificuldades.
Mamãe teve gestação difícil, parto complicado e abreviado pra salvar tanto o bebê quanto a mãe. E o pequeno Norberto só sobreviveu por um milagre. Não era assim tão belo, mas fora igualmente amado, aliás, se cuidado era amor, fora ainda mais amado por todos!
O último, Humberto, era como todo caçula, o queridinho da mamãe, o garotinho do papai e o xodozinho dos irmãos.

Foram criados na fé Tradicional e Ortodoxa dos Crentes. Graças a Deus não eram barulhentos como os Pentecostais, nem ‘misturadinhos’ como os Renovados, dizia papai.

Na igreja todos eram amados. Pelo exemplo de amor e família, pelos filhos bem educados e belos. Tá bom que tinha o Norberto que não era lá essas coisas, mas beleza não se põe mesa não é?

Nos grupos sociais todos iam bem, só Norberto sentia-se infeliz.
Gualberto era artilheiro do time de futebol da escola, mas bem que poderia ser zagueiro com aquele corpanzil. Era papo certo entre 125% das turminhas femininas no recreio.
Alberta, ou Betinha como preferia, era ainda linda, mas também estudiosa, quase um prodígio. Como primeira da classe, havia ganhado bolsa de estudos para ela mesma e para seus outros irmãos, menos para Humberto que ainda estava nas fraldas.
Ah, é... Norberto ainda assim estava infeliz!

Não conseguia fazer amigos, não tinha atrativos físicos nem se sentia inteligente. Assim começou a duvidar da fé. ‘Que Deus é esse que fez meus irmãos tão belos, meus pais tão amáveis e a mim deu restos e sobras? Ninguém me quer’, pensava em sua angústia de vida.

Na E.B.D., sempre questionava a professora.
Jesus? Ah, ‘pfessora’ creio sim, acredito que Ele existiu, mas num era o Filho de Deus como vocês crentes ortodoxos pregam, não... isso, acho eu, foi invenção dalgum maluco!”
Por conta disso, era sempre convidado a ficar no corredor, pensando na infâmia que dissera.

Norbertinho não tinha o que queria e nunca quis entender bem isso, então bolou um plano de vida baseado na sua cabecinha infantil. ‘Vou comprar amigos!’ decidiu assim do nada!
Pensou que se pudesse destacar algo de bom nos outros, elogiando, bajulando, poderia fazer parte de qualquer grupo.

Ridiculamente, tentou primeiro com as meninas.
- ‘Oi, posso brincar com vocês?’ Disse confiante.
- ‘Claro que não, isso é brincadeira de menina, ta cego?’ Disse a mais meiga e educada.
- ‘Pôxa, que pena; vocês pareciam meninas tão inteligentes, tão bonitas que mesmo sendo menino pensei em vir aqui ficar com vocês!’
 As meninas se entreolharam... Acertara direto no alvo! Logo lhe entregaram uma boneca de pano, um lugar na rodinha da esquina e um apelidinho que prefiro ocultar.

Foi assim que viveu a vida inteira; agora andava com atletas, patricinhas, pagodeiros, riquinhos, roqueiros, pobrinhos, ‘geeks’ (os antigos c.d.f’s) e demais filões sociais. Era só ver um grupinho se reunindo que queria usar sua técnica para fazer parte da galera.

Na igreja também era assim, claro! Andava com todos, elogiava-os de inicio e já não ficava mais segregado no lado de fora das salinhas de estudos bíblicos, mas lá no fundo ainda não cria que Jesus era o Filho de Deus, pelo menos, não mais filho que ele mesmo deveria ser.

Cresceu, fez muitos cursos, frequentou várias universidades e trabalhou em tantas áreas de atuação diferentes quanto pôde. Tudo meio que simultaneamente. Fez também teologia, não que fosse por paixão ou vocação, mas não poderia esquecer-se de nenhum grupo a que pertencia. E se ficasse sem assunto no meio dos crentes? Fez tudo!

Mas é claro que queria dar um ‘ar só dele’ em tudo que participava, coisa característica dos desajustados sociais.
Com seus amigos não religiosos aprendeu a beber, a fumar e dar ‘uns tapinhas’ no ‘cigarrinho do demônio’, talvez daí tenha vindo tanta inspiração para as colocações que defendia nas rodas de amigos.

Fazia questão de dizer que “amigo não era quem concordava com ele em tudo”, mas Norberto deveria ter muitos amigos verdadeiros sim, viu? Afinal para aguentar tamanha chatice e discordância em qualquer assunto, só mesmo com amigos do peito!

A família continuava feliz. Com amor, beleza e inteligência e Norberto fazia questão de dar ‘pitacos’ em tudo. Nas roupas de patricinha de Betinha, na bola certa pra Gualberto usar, e até na alfabetização de Humberto, hoje homem feito.

Frequentava a igreja e também um bom boteco, fazia de sua liberdade, fruto da Graça, cavalo de batalha. Adorava dizer que era livre para todos, mas nunca conseguiu enxergar as cadeias da falta de amor que o prendiam. Gostava também de dizer que era membro dizimista da fé Tradicional e Ortodoxa dos Crentes, só pra dar uma base de referêcia pra quem quisesse, mas não que fosse assim tããããão ortodoxo, ok?

Tem levado a vida ainda hoje assim, quer fazer amigos em qualquer lugar, mas amá-los é outra conversa! Continua com sua luta contra Deus, acusando-o de injusto, negando a Jesus e a Graça até o osso.

Num dia teve um sonho. Nele Deus lhe aparecia e lhe dizia que tudo tinha um propósito especifico. Disse Deus; ‘Como você pode se sentir assim se de todos os seus familiares você foi o único a ser livre da morte desde o ventre?’
Sorrindo-lhe, Deus lhe apresentara Jesus...

Norberto acordou em polvorosa.
Que sonho maluco era aquele? Não acreditara em nada do que ouvira, embora fosse bem formado teologicamente, lhe faltava a base de tudo: fé, sem a qual ninguém enxerga a Deus.

Imaginou que o sonho era fruto da bebedeira com os amigos na noite anterior e seguiu seu caminhar, convivendo com a dor de ser quem decidiu ser desde pequenino.
Igual ao primo Aroldinho não tinha nada, apenas como ele criou um blog que tá na moda fazer assim. Vive por meio desse, ainda fazendo seus ‘amigos’ em grupos sociais dos mais diversos. Elogiando-os, bajulando-os de todas as formas e dando seus pitacos mesmo em coisas que não sabe, nem sequer quer aprender...
Que pena, Norberto.

Wendel Bernardes





sábado, 5 de março de 2011

Pérolas de Alunos Portugueses

Depois de ver diversas pérolas do Enem, fiquei desconfiado de que havia algo a mais, por trás disto. Finalmente, descobri!!! Maldição hereditária!!!! Confiram:


O cravo não brigou com a rosa?!

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.

Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo – o homem – e a rosa – a mulher – estimula a violência entre os casais. Na nova letra “o cravo encontrou a rosa debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada”.

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro? É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil.

Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão – o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil – de deficiente vertical .. O crioulo – vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) – só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo – o famoso branco azedo ou Omo total – é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia – aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno – é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo – outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão – é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais… Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra putaqueopariu e o centroavante pereba tomar no olho do cu, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a “melhor idade”.Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do pé junto.


Extraído DAQUI


quinta-feira, 3 de março de 2011

Os manuscritos do bar da santa ceia


Uma equipe internacional de arqueólogos encontrou na região da antiga Galiléia as ruínas de um pé-sujo onde teria se realizado a Santa Ceia. A principal prova é um manuscrito de grande valor histórico-religioso, cujos trechos mais importantes nós traduzimos e reproduzimos a seguir. Foi encontrada também a conta da Santa Ceia e os arqueólogos já mandaram perguntar ao papa quem é que vai pagar.


“E Jesus tomou do pão e fez uma bolinha com o miolo e tacou dentro do copo de vinho de Bartolomeu. E Jesus acertou em cheio. E Jesus viu que era bom. E transformou a água em vinho, os pratos em capacetes romanos, os copos em pequenas cruzes, os guardanapos em posters da Maria Madalena de biquíni e dois garçons em estátua de sal. E Jesus viu que era muito bom. E Simão obtemperou: já não tereis bebido demais, ó Senhor? Não seria de bom alvitre pedirdes a conta? E o Senhor falou: por que não encherdes o saco de outro, ó Simão? E vamos parar de falar na segunda pessoa do plural que esse negócio de vós isso e vós aquilo é um saco!

E Tiago olhou Jesus e ponderou: mas Senhor, vós, quer dizer, tu, não, o Senhor ainda tem dois sermões para fazer hoje, no Monte das Bananeiras e no Morro da Mangueira. E Jesus mais uma vez protestou: vocês estão marcando um monte de sermão e milagre sem me consultar. Assim eu vou acabar partindo para uma carreira solo. E Judas se levantou e disse: Senhor, abriu uma nova casa de show de um romano amigo meu lá no Calvário. Se o Senhor quiser eu posso falar com ele. E os apóstolos condenaram Judas. E começaram a bater boca. E uns, mais exaltados, ameaçavam partir pra briga. E Jesus deu um murro na mesa e bradou: chega! Não dá nem pra gente sair pra se divertir que vocês já começam com essa brigalhada! Essa é a última ceia que eu faço com vocês! Garçom, a conta!

E os apóstolos se calaram e o garçom trouxe a conta। E Jesus viu que havia doze porções de linguicinha. E Jesus viu que não era bom. E Jesus esbravejou com o garçom. E o garçom falou que doze era o número de pratos de linguicinha na mesa, bastava contar. E Tomé tomou da palavra e garantiu que só tinham sido pedidas seis linguicinhas e que as outras seis Jesus é que multiplicara. E o garçom resmungou que esse golpe de dizer que alguém multiplicou coisas na mesa já estava pra lá de manjado ali na Galiléia e que todo fim de semana aparecia um engraçadinho com essa história.

E Jesus continuou olhando a conta e indagou se Pedro havia pedido lagosta de novo e lembrou a Pedro que eles haviam combinado que ninguém pediria lagosta pois era um peixe muito caro. E Pedro negou que tivesse pedido lagosta e afirmou que lagosta não era peixe, era crustáceo. E Jesus retrucou que lagosta podia ser até um coleóptero mas não era pra pedir. E por três vezes Jesus insistiu com Pedro se a lagosta era dele. E por três vezes Pedro negou Cristo: eu não pedi porcaria de lagosta nenhuma, eu tenho alergia a frutos do mar!

E Mateus perguntou: mas afinal, lagosta é crustáceo ou é fruto do mar? E Judas mandou Mateus fechar a matraca. E André acusou Judas pela lagosta. E Judas caguetou que quem pediu a lagosta foi a Maria Madalena. E Maria Madalena xingou Judas de dedo-duro e caiu em prantos e implorou que Jesus a perdoasse. E Jesus disse: ó Madalena, o meu peito percebeu que o mar é uma gota comparado ao pranto teu! E Maria Madalena achou lindo e Jesus viu que era bom e João queixou-se: eu não entendi. Essa mania que o Senhor tem de falar com metáfora ainda vai dar confusão.

E Arnaldo suplicou: explicai, Senhor. E Jesus deu outro murro na mesa: já falei pra parar com essa história de vós! Aliás, quem foi que te convidou pra nossa ceia, hein? E Arnaldo saiu de fininho. E o garçom trouxe a nova conta e perguntou quem é que ia pagar. E novo bate-boca se iniciou entre os apóstolos. E Jesus pegou a conta e determinou: Judas, você é o nosso tesoureiro e portanto terá que pagar a conta. E João observou: viu só, sem metáfora dá pra entender muito melhor. E Felipe deu uma cotovelada em João e João se calou e Jesus entregou a conta para Judas e Judas reclamou: mas Senhor, estão faltando trinta dinheiros, como é que eu vou arranjar essa quantia? E Jesus calçou suas sandálias e disse, partindo: se vira, Judas, se vira...”

Li este texto muito tempo atrás no PATAVINA'S e até hoje dou risada...

quarta-feira, 2 de março de 2011

A História do Pastor Aroldo Caramelo



Hoje quero compartilhar com vocês a (não tão) bela história de Aroldo Caramelo. Nasceu pobre no subúrbio de uma metrópole qualquer, numa família de muitos filhos um pouco desestruturada pela estrutura icônica que seguiam como religião.

O pai era homem bruto, machão e duro com tudo e todos. Cuspia marimbondos até quando lhe perguntavam as horas na rua. Ta atrasado?... Sai mais cedo, respondia com sua habitual certeza que o mundo inteiro estava sempre errado, se comparada a sua pessoa!

A mãe era dona de casa simples, carola, beata, cumpridora dos bons costumes e criara os filhos para serem, pelo menos um pouquinho, diferentes do pai. Sempre que podia, às escondidas, adoçava a boca das crianças com um pirulitinho colorido qualquer. Mas que o Deus Protestante nos livre de papai descobrir que andamos adoçando a boca... Cruz, credo, deve ser até pecado!

Um dia Aroldo ainda pequeno, sentiu-se tocado ao ver no céu belo arco íris. Como fazia parte de sua simplicidade herdada de mamãe, logo disse ao seu pai; ‘Veja papai, que lindas cores o Deus Protestante pôs no céu!
Tomou logo um safanão pra não ficar abestalhado e mulherzinha, afinal arco íris é coisa de frutinha!
O pai nunca conseguiu entender pra que Deus pôs tantas cores no arco íris, num tava bom se fossem apenas cinzas e tons pastéis? Vai ver que coisa tão colorida foi criação do Demo, viu?!

Os anos se passaram e Aroldo Caramelo cresceu.
Seu pai havia morrido fazia pouco tempo. Morreu em casa mesmo, abraçado a um quilo de sal, que era pra fazer jus ao seu temperamento tão bem feito.

Mas a mãe resistiu bravamente, pois tinha o sonho de ver seu preferido Aroldinho virar doutor.
Poderia ser engenheiro, médico, ou coisa assim, mas dessas profissões não deveria abdicar, pois como mamãe iria ficar nos assuntos da vizinhança?
Enquanto falavam do filho da vizinha que está morando na França e manda postais com aquelas tanguinhas sensuais dizendo ser artista.
Meu Aroldinho não vai ficar pra trás, pôs os joelhos no chão e começou a pedir ao seu Deus Protestante que seu Aroldo tivesse a melhor profissão do mundo!

Como se o Deus Protestante tivesse ouvido, Aroldo já não tão doce como antes, chegara em casa com uma idéia fixa na cabeça. Vou ser pastor!
A mãe ficou com os cabelos (enrolados num coque) pro alto!
- Pastor, Aroldinho?  Tem certeza meu filho?
- É obvio mãe, o Deus Protestante falou comigo!

Como aquela senhora poderia questionar os santos-sacros desígnios divinos protestantes? Lembrou logo de suas preces recentes e calou-se.

Aroldinho matriculou-se no melhor curso teológico que a pensãozinha que mamãe recebia poderia pagar, ficou ali alguns anos. Formou-se com louvor, adoração, aleluias e hosanas, mas decidiu fazer doutorado, mestrado, a tantas outras coisas que o cursinho poderia lhe oferecer para focar mais perto da honra de seu chamado.

Aroldinho agora era um homem santo, religioso, cumpridor dos bons costumes como sua mãe, mas tornou-se durão, machão e amargo como seu pai.

Como todo bom pastor protestante seríssimo deveria ser, montou sua igreja baseado nos pilares da moral e dos bons costumes.
Fixou junto ao cartaz da igreja a seguinte frase: “Gayzinhos, lésbicas masculinas e coisinhas do tipo nem precisam entrar; primeiro vão se consertar, depois voltem e dêem o dizimo ao ‘Senhor Deus Protestante’!”
Assim ficou conhecido como o pastor mais duro e fundamentalista da paróquia, digo das redondezas.

Mamãe fica pensando nos motivos que Aroldinho teria para ser pastor.
Então um dia, já bem velhinha e cansadinha da vida religiosa que teve, pediu ao Deus Protestante a verdadeira resposta.
Foi numa noite fria de inverno, com seus ossinhos aquecidos por meias de lã multicoloridas feitas por ela mesma no dia posterior a morte do marido, que o Deus Protestante lhe visitou através de seu anjo com glória, psicodelia e muita luz.

Então o anjo tocou-lhe na testa e fê-la adormecer. No sonho, via seu Aroldinho ainda rapazote preocupado com seu futuro financeiro e com o sucesso que poderia lograr comparando-se ao filho da vizinha de sunguinha na França.

Foi aí que pensou; ‘Bom, como médico apenas ajudarei a curar doenças, aplacar a dor de alguns com terapias medicamentosas, não, isso não é nobre o bastante.
Como engenheiro, construirei arranha-céus, escreverei meu nome nas estrelas, mas meus projetos dependerão da aprovação dos donos da obra...’
Assim pensou com seus botões, que a única profissão que agregaria a nobreza de ajudar aos feridos, com a fama de escrever seu nome nos umbrais da humanidade seria a de pastor de ovelhas protestantes.

 Teve uma ‘epifania’ (que diabos é isso?) e viu seu Deus mostrar-lhe um caminho dourado a seguir, e no fim do caminho disse o Deus Protestante; ‘Aroldinho, crie um blog meu filho, e nele diga tudo o que se passa na sua alma!’

Assim, a mãe de Aroldinho já podia descansar em paz, afinal, o Deus Protestante estava no comando de tudo!

Wendel Bernardes.